RUBIACEAE

Hillia parasitica Jacq.

Como citar:

; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Hillia parasitica (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

6.179.261,239 Km2

AOO:

696,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Espécie não endêmica; ocorrendo nas Antilhas e em toda a região tropical da América do Sul; no Brasil ocorre nos estados do Amazonas, Rondônia, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina; em florestas úmidas ocorre entre 200-2400m de altitude (Taylor, 1994; 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador:
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

?Espécie de ampla distribuição nas regiões serranas do Brasil, em áreas úmidas ou nebulares, entre 200 a 2400 m altitude. Dependente de habitat, sombreado e ombrófilo (ciliar ou nebular). Ocorre em diversas unidades de conservação. Dependente de medidas de conservação.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Enum. Pl. Carib. 18. 1760. Caracteriza-se por apresentar lâminas foliares agudas, geralmente com o ápice acuminado, venação secundária plana, geralmente não evidente, corolas 6-mera, com tubos de 60-125 mm, e lobos variando entre 15-60 mm de comprimento (Taylor, 1994). Nome popular: "Jasmim-do-mato" (Jung-Mendaçolli, 2007)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Em estudo realizado em um trecho de floresta ombrófila densa atlântica submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba, estado de São Paulo, foi amostrado apenas 1 ind./ha (Rochelle et al., 2011). No Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, estado da Bahia, em afloramentos de quartzito-arenito, apresentou Freqüência Absoluta (FA) de 15,38 e Dominância Absoluta (DA) de 6,14 (Conceição et al., 2007).

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Espécie ocorre em floresta ombrófila densa e floresta estacional semidecidual (Zappi et al., 2009).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3 Shrubland, 3.5 Subtropical/Tropical Dry, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 4 Grassland, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland, 1 Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry
Detalhes: Espécie caracteriza-se por ervas subarbustivas, arbustos, ou pequenas árvores de até 8m de altura; coletada em flores e frutos durante o ano todo (Taylor, 1994); espécie umbrófila (Jung-Mendaçolli, 2007); polinização realizada por mariposas, e dispersão anemocórica (Zappi, com. pessoal).

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dosrecursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala defunções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995(Inpe, 2004). A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (MMA, 2004) (Ferreiraet al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existepressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulaçãoimobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em áreaagrícola (Simões; Lino, 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras. Ela compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% doterritório nacional. Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%).Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatingafoi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas,previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Leal etal., 2003).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
4.4.3 Management
Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional da Serra do Cipó e Parque Estadual de Ibitipoca, no estado de Minas Gerais; Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia; Parque Estadual de Forno Grande, no Espírito Santo; Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional do Itatiaia e Reserva Ecológica de Macaé de Cima, no Rio de Janeiro; Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo (CNCFlora, 2011).
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada Criticamente Ameaçada (CR) pela Lista vermelha da flora doRio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).